OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 28 de março de 2024

DÚVIDA, CRENÇA E FÉ

"Na criação do Senhor, tudo tem uma utilidade específica. Toda matéria, por mais insignificante que seja, tem determinado propósito e efeito. Isto também se aplica a pensamentos ou sentimentos que se apresentam à nossa consciência e depois passam. Pouco sabemos sobre o efeito que essas noções produzem ou a utilidade de terem sido criadas em nós. Quando você pensa num pedaço de cobre, conhece a utilidade dele. Mas se você considerar um único pensamento, para que ele serve? Analise essa questão. Assim como o mundo é composto de átomos e moléculas, também o ser interior, a natureza ou caráter de uma pessoa, compõem-se de 'átomos e moléculas' de pensamentos. Se você deseja compreender a qualidade de sua luz interior, rastreie o crescimento de cada pensamento seu e pese sua utilidade relativa na balança do seu julgamento. 

Hoje vamos colocar na balança os sentimentos de dúvida, crença e fé, que são o ponto crucial de controvérsia em termos de religião. Grandes instrutores exortam as pessoas a crer e ter fé em Deus e nas escrituras; e nos alertam contra o potencial devastador da dúvida. Mas sem discernimento a utilidade desse conselho talvez não seja entendida.

Uma vez que nada foi criado sem ter alguma utilidade, não posso concordar com os moralistas das escrituras que à simples menção de dúvida levantam o nariz num ângulo de 120 graus. Em vez disso, analisemos por que o espírito da dúvida foi introduzido no mundo. Em que pondo a dúvida é ruim - ou boa! - para os seres humanos? A não ser que analisemos a psicologia da dúvida, da crença e da fé, não podemos adotar nem rejeitar sensatamente tais sentimentos como benéficos ou destrutivos.

Pela análise, encontramos no conceito de dúvida um elemento construtivo ou destrutivo segundo sua aplicação. Não preciso falar extensivamente do elemento destrutivo, pois seus efeitos adversos são do conhecimento comum. Em razão dos seus danos em potencial, alguns fanáticos, em especial os que se apegam ferrenhamente a crenças dogmáticas, advogam a rejeição de toda dúvida em favor de uma aceitação inquestionável. No entanto, evitar a dúvida é escolher não pensar. 

A dúvida destrutiva é paralisante. Inibe o pensamento construtivo e o poder da vontade. Bloqueia a receptividade ao trabalho benéfico das forças e leis mais elevados do universo e à graça divina, sempre pronta a ajudar. Produz inquietude interna e desesperança. Resiste ao progresso e rejeita ideias ao bel-prazer da ignorância, do preconceito ou da emoção. 

Consideremos agora o elemento construtivo da dúvida. (continua)"

Paramahansa Yogananda, Jornada para a Autorrealização, Self-Realizatiohn Fellowship, p. 302/303.
Imagem: Pinterest. 




 

terça-feira, 26 de março de 2024

CERTO E ERRADO

"A. B. - Se considerar honestamente, você descobrirá que a vida comum é uma série de compromissos. Os homens estão constantemente fazendo um pouco menos do que sabem que é o certo para responder àquela mais mortífera das perguntas: 'O que as pessoas irão dizer?' Num determinado caso, sabendo muito bem o que é o melhor a ser feito, eles o mudam um pouco, adulteram-no, e fazem aquém do necessário, para tornar o caminho mais suave para eles mesmos. Este medo das opiniões alheias deve-se em parte a uma fraqueza que é amável em suas raízes - o desejo de agradar. Este desejo é muito comujm na Índia, mas se você quer trilhar a senda oculta de maneira apropriada, jamais deve permitir-se ser envolvido por ela em compromissos onde estejam em causa princípios ou questões de importância, tais como as questões religiosas e sociais. 

Pondo de lado por enquanto as grandes questões das quais depende em grande parte o futuro de uma nação, voltemos às pequenas questões da vida diária. Aqui também não deve haver compromissos. Você devwe decidir-se quanto ao que é certo, e então manter-se firme. Sei que você não pode levar a cabo os seus mais elevados ideiais imediatamente, mais do que pode ir da base de uma montanha ao topo com um único passo. Mas se você quer escalar a montanha, cada passo deve ser dado com vistas a alcançar o topo, cada passo deve aproximá-lo do topo. Nunca rebaixe o seu ideal; isto é fatal. Como diz o Upanishad: 'Uma coisa é o certo, o agradável é outra; o sábio prefere o certo ao agradável'., 

Tente nas pequenas coisas fazer o que a sua consciência considera certo. Você não é responsável pelo que pensa a consciência de uma outra pessoa nem se ela segue sua própria consciência; mas é responsável por seguir a sua própria, qualquer que seja ao custo aparente. É custo apenas aparente, acredite; você nada tem a perder fazendo o que considera certo. Certamente, deve tomar cuidado para não identificar seus caprichos, preconcentos e fantasias com o que é certo; quanto a isso o Mestre faz aqui uma advertência, quando diz: 'Estuda profundamente as leis ocultas da Natureza'. Primeiramente descubra o que é certo, e então viva segundo seu conhecimento.

O Mestre acrescenta a importante sugestão nas últimas poucas palavras  deste trecho: 'Utilizando sempre a razão e o bom senso'. Leve sempre em consideração os sentimentos dos outros, e jamais permita que interfiram entre você o que você sabe ser certo. Se você tiver de escolherentre ferir os sentimentos de alguém e se comprometer com sua própria consciência, então escolha a primeira opção. O ocultista sempre irá descernir, ao lidar com as pessoas, entre a pessoa real e os preconceitos de seus vários corpos. Ele jamais irã ferir alguém, mas preferirá ferir seus preconceitos em vez de fazer o que é errado. Ainda assim, ele não ferirá seus preconceitos mesmo desnecessariamente; mas se tiver de fazê-lo, ele irá ao mesmo tempo saber que a pessoa está realmente sendo ajudada, e não ferida, e que ele mesmo está sendo usado como um instrumento para demolir uma limitação que está emperrando o homem interno. Mesmo neste caso, sua ação será levada a cabo de maneira gentil e atenciosa. Muitas pessoas acham isso difícil. É muito mais difícil fazer uma coisa com um motivo tranquilo; uma onda de emoção torna as coisas mais fázeis. A emoção, seja boa ou má, suspre um impulso que transporta o homem sem esforço ulterior de sua parte. Se quiser ser um ocultista, voce não deve agir por impulso, como fazem os homens comuns; deve desenvolver a razão, o poder de discernimento, e nesse esforço você começará inconscientemente a desabrochar buddhi."

Annie Besant e C.W. Leadbeater, A Senda do Ocultismo - Comentários aos Pés do Mestre, Ed. Teosófica, Brasília, 2022, p. 105/107.
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 21 de março de 2024

ANCESTRALIDADE

"De onde viemos? Quem nos gerou pela primeira vez? Qual a nossa linhagem espiritual? Desde quando cresce nossa árvore genealógica? Reverência - gratidão - perdão.

Nossos antepassados vivem através de nós, de algum modo. O que fazemos afeta todos eles, como também recebemos deles uma herança. Quando uma luz se acende, ela ilumina não só àquele que a acendeu, mas a todos que estão à volta. Um bem que fazemos a nós repercute em toda nossa ascendência e descendência. Nossas vidas formam um fio; o que um faz reverbera nos demais. A unidade é nossa força. Quando alguém rouba outro alguém, está roubando de si mesmo, no longo prazo. A vida é una. Que nos lembremos sempre disso. 

Nossos erros decorrem do fato de que vivemos numa ilusão e não sabemos. Não temos consciência. Somos ingênuos, fomos iludidos, a propaganda para o erro é grande e bem feita. A maioria de nós não luta mais para sobreviver, mas para sobressair, para aparecer, para competir. Somos induzidos. Exemplo: os colonizadores viciaram os índios com certas crenças e bebida alcoólica e grande parte se perdeu. Poucos conseguiram resistir e manter sua individualidade. Conosco é a mesma coisa. Preste atenção, busque ajuda, confie na luz interior e no profundo amor que habita em você.

Os alimentos estão perdendo seu valor nutritivo e suas substâncias vitais devido à excessiva industrialização. Estamos ficando estéreis e perdendo a conexão com o simples e essencial. A propaganda é implacável. E as crianças são as que mais sofrem. 

Como nos proteger? Recolhendo-nos por alguns minutos por dia, sintonizando-nos com a espiritualidade, aumentando nosso contato com a natureza, pisando no chão, pensando com o coração.

Podemos.

Vamos!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 167.
Imagem: Pinterest.      

terça-feira, 19 de março de 2024

SOFRIMENTO, DESEJO E AVIDEZ

"Se sentirmos aquela profunda preocupação com o sofrimento que existe no mundo, vamos querer saber a saída. A maioria de nós continua a levar uma vida comum e medíocre, porque não há nada que nos inquiete profundamente. Não sentimos a urgência de fazer acontecer uma mudança, Ver essa  necessidade é o primeiro passo. Quando a vemos, então nós vamos naturalmente tentar achar a resposta. 

O Senhor Buda deu Sua resposta de modo muito simples. Ele disse que a causa do sofrimento é o desejo, a avidez que existe de diversas formas em cada um de nós. Quando imaginamos que derrotamos em nós uma forma dessa avidez, ela ressurge de outra forma. 

Essa avidez não é apenas por objetos. Alguns podem não ter, digamos, avidez por dinheiro; talvez a pessoa não queira ser parte da alta sociedade, ou se cobrir de joias. Mas temos avidez por outras coisas como progresso espiritual. Nós temos ideias preconcebidas sobre relacionamentos com outras pessoas. Se eu imagino um relacionamento com você no qual você gosta bastante de mim, há em mim uma avidez pelo tipo de relacionamento que eu imaginei. Quando isso não acontece de forma que eu imaginei, eu me sinto infeliz. A avidez também assume a forma de dominação, agressividade, autopromoção de várias maneiras as quais, se formos objetivos, podemos enxergar em nós mesmos. Também há o desejo de fugir de alguma coisa, e o desejo de impor ideias sobre outras pessoas. 

O desejo ou avidez existe porque não temos um sentido dos verdadeiros valores; nós tomamos a coisas de pouco valor por aquelas que são mais valiosas, aquilo que é irreal por aquilo que é real. Então, ver as coisas na sua verdadeira natureza é extremamente importante. A vida espiritual consiste em saber o que é essencial e o que não é essencial. 

É óbvio que tudo aquilo que tem uma existência condicionada, e depende de outra coisa para existir, possui menos valor do que aquilo que é incondicionado. Vamos tomar como exemplo o tipo de felicidade que a maioria de nós desfruta. Nós podemos nos considerar razoavelmente felizes, mas nossa felicidade depende de condições externas e de outros indivíduos. Se nós nos comportamos de uma determinada maneira, seremos felizes. Se nos comportarmos de modo diferente, nos tornamos imediatamente infelizes. Se você me fizer de boba, por exemplo, isso me deixa infeliz. Minha felicidade depende de você aceitar uma imagem que eu criei de mim não sendo boba, mas ao contrário como sendo alguém bem especial. Se possuímos muitas coisas que nos dão uma sensação de segurança, nós somos felizes, de outro modo não. Todo tipo de felicidade como essa depende de uma determinada condição ou de outra pessoa obviamente não é verdadeira felicidade. Mas nós esmos o tempo todo tentando nos agarrar a essas coisas que são dependentes.(...)"

Radha Burnier, Não há Outro Caminho a Seguir, Ed. Teosófica, Brasília, 2016, p. 88/90.
Imagem: Pinterest. 




terça-feira, 12 de março de 2024

A CANÇÃO DA VIDA

"'Escute a canção da vida. Escute-a em seu próprio coração. Inicialmente você pode dizer: ela não está lá: quando eu busco, encontro apenas discórdia. Olhe mais profundamente. Pare... e olhe mais profundamente ainda. A própria vida nunca está silenciosa. E o que ela emite não é, como se pode supor, um grito - é uma canção'. (Do livro 'Luz no Caminho' - Mabel Collins)

Ouvir a canção da vida é ouvir o próprio coração. Cada um de nós é uma nota musical, que faz parte da grande sinfonia universal. Afinados com a vida!

O bater de asas de uma borboleta e o pulsar de uma estrela - tudo exerce alguma influência no mundo. Nós, eu e você, por exemplo, estamos nesse momento irradiando alguma vibração para o planeta. Vamos cuidar para que essa energia seja pacífica e benéfica para todos. 

Cada coisa, cada ser na Natureza nasce com uma função: ser aquilo que é. 

Uma árvore, por exemplo, nasce para ser árvore. Ela não quer ser outra coisa, Para que nascemos? Precisamos aprender. Vamos!

Por que faço canções? Faço canções porque eu não posso tocar em Deus. Mas minhas canções podem! (Do poeta indiano Rabrindranath Tagore)

Luz e alegria para todos os seres.

Com a benção profunda e doce do Menino Jesus!!!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 69.
Imagem: Pinterest.